Manicômios da vida real - Danvers State Lunatic Asylum

terça-feira, 16 de dezembro de 2014
Escrever um livro sobre um manicômio obviamente levou a pesquisar sobre o assunto. E, como de praxe, a realidade pode ser mais assustadora que a ficção. Talvez justamente por ser tão real e difícil de se aceitar.

O Danvers State Lunatic Asylum foi um projeto do famoso Thomas Kirkbride, um nome que era referência no tratamento de lunáticos no século 19, esse asilo foi construído em 1878 em uma área rural, com uma enorme estrutura. Atualmente demolido, o Danvers State Lunatic Asylum é o mais famoso e infame instituto Kirkbride, e é um dos mais assustadores asilos a povoar o imaginário popular. Foi construído em Hathorne Hill, onde séculos antes, aconteceram os julgamentos das bruxas de Salém.



Muitos boatos e verdades são conhecidos. Algumas histórias contam que este local foi o berço da lobotomia pré-frontal, um sutil procedimento para cortar ligações do córtex, utilizando um malho para espetar um picador de gelo no crânio do paciente, com a ajuda de um martelo, rodando para destruir as ligações.

O Asilo foi projetado para ser auto-suficiente, por isso incluía plantações e criação de animais, e sua própria usina a vapor. Havia também edifícios para lavanderia, cozinha, capela, dormitórios, caldeira, e sistema de ventilação. A asa oeste abrigava os homens, e a leste, as mulheres. Havia alas periféricas para pacientes mais extremos.



A capacidade de 450 pacientes foi logo ultrapassada largamente, desde o início. Por fora, havia programas de treinamento para enfermeiros, laboratórios para pesquisas, estudos patológicos e escola clínica. Por trás de paredes mais ocultas, lobotomias, tratamentos de choque, drogas ilícitas, banhos de gelo e abusos.



Um labirinto pavoroso e confuso de túneis interligando as instalações era utilizado para transportar os pacientes em meses de inverno.

Alguns alegam que o Danvers State Lunatic Asylum serviu de inspiração para o Asilo Arkhan, do Batman. Certamente foi uma base para as filmagens do filme Sessão 9, de 2001. Contam-se também relatos sobre aparições e assombrações que gritam pelos corredores do manicômio.


Conhecendo o Manicômio Celeste, parte 1

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
Falando um pouquinho mais do Manicômio Celeste, esse pedacinho de inferno que tem se tornado meu segundo lar.
Como muitos dos meus leitores sabem, essa história surgiu na Liga dos Betas do Nyah. Fizemos um projeto de leitura de fics do pessoal que comentasse o trabalho uns dos outros, para estimular os feedbacks. Decidi escrever um yuri, ou melhor, shoujo ai (histórias de amor entre garotas, sem conteúdo explícito na relação delas). Ali, pude expor um pouco sobre preconceito, machismo, cultura do estupro, dominação, amor, doação, feridas e curas. Com esses temas, se tornou um trabalho um pouco pesado, não só no conteúdo, mas exaustivo para mim, emocionalmente. Quem me conhece bem sabe como escrever assim me desgasta, a ponto de ficar dias sem energias, físicas e emocionais.
Confesso que a reação dos leitores foi bem melhor do que eu esperava, e algumas pessoas me pediam uma continuação, queriam saber como a protagonista sobreviveria, queriam ver certos sujeitos terem uma morte agonizante, etc.
Quando escrevi o prólogo de natal, que poucos leram por não estar mais associado ao projeto de leitura da Liga dos Betas, alguns ficaram ainda mais ansiosos para saber o desfecho. Afinal, o prólogo era mais uma espécie de interlúdio. Uma situação em lugar-algum, que não levava a nada, afinal, mas que aumentava a expectativa por uma conclusão.
Então, depois de muito tempo, decidi dar a esses leitores o que eu neguei por muito tempo: uma viagem mais aprofundada pelo Manicômio. Visitei as celas, encarei a dor das garotas olhando-as nos olhos sem brilho, segui os carrascos até descobrir seus segredos mais profanos e investiguei as origens deste lugar que, de repente, descobri ser muito real, dentro de mim.
Faz parte de meus medos, anseios, desejos, alma. Explorar o manicômio foi explorar um pouco de mim. E em breve vocês poderão fazer o mesmo.
Em breve falarei um pouquinho sobre as novas (e antigas) personagens desse universo.
#savethegirls

Take my hand and save me

Novidades

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
Depois do post de ontem, que obviamente foi para enrolar, vou dar algumas novidades. A começar pelo blog, que tem um nome novo. Ele deixará de ser um blog sobre o Nyah e fanfics, e passará a ser algo mais pessoal, principalmente minha relação com as palavras. Então terá um pouco de literatura, filosofia, poesia, mas principalmente sobre o que eu ando escrevendo.
Pois é, para quem achou que eu havia parado, uma grande risada do Nelson na sua cara.
Um dos motivos do meu recente sumiço foi para tomar vergonha na cara de aprender um pouco mais, concentrar minhas energias e esforços e escrever.
E o resultado foi um retorno ao Manicômio Celeste para Damas Lunáticas.
Estive passeando pelos corredores, visitando cada cela, ousando conhecer não apenas as internas, mas também os clínicos e guardas.
E decidi transformar isso tudo em um livro.
Sim, em breve vocês, que já conhecem a história de Emily e Juliet no manicômio, poderão conhecer muitas outras garotas, e descobrir mais sobre este lugar sem sentido. E quem ainda não conhece, bem... pode ler no link aqui no lado direito do blog >>>>
E o melhor, vocês poderão ter o livrinho em suas mãos, impresso, cheirosinho.
Manterei vocês informados sobre o livro aqui através desse blog (por enquanto) e no Facebook, principalmente.

Apenas um teaser improvisado.

É melhor ficar. Ao menos, por enquanto.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014
No momento em que eu ia partir, eu resolvi voltar
É, já dizia o poeta. Esses malditos que já disseram tudo o que você acha que vale a pena dizer, em qualquer situação.
Sei que não chegou a hora de se ir embora, é melhor ficar...
Porque? Eis algo que os poetas jamais lhe dirão. Para eles, não importa causa, apenas o efeito. 
Efeito do ser, e do não-ser. Efeito do amar, do viver e de morrer. Efeito do renascer.
Efeito de se ir e efeito de ressurgir.
Vou surgir
Numa tempestade doida pra varrer as ruas em que eu vou seguir
Importa seguir, e é bom que você esteja lá também. É noite, e os fantasmas se misturam ao vapor dos gases que se levantam das tampas de bueiros e do asfalto que, ainda quente, recebe as primeiras gotas de chuva. As luzes artificiais emprestam à sua visão uma ilusão de que tudo é diferente do que você já conhece.
E você pode sentir na pele.
Vou sentir
Que a minha dor no peito, que eu escondi direito agora vai surgir...
E não há nada para se dizer além do que já foi dito.
Nunca houve.
Mas continuamos atirando palavras ao vento, não é? Como poderíamos viver se não fosse assim?

Adeus à Liga dos Betas

domingo, 4 de agosto de 2013
Bem, queridos, como alguns já devem saber, estou me desligando da Liga dos Betas do Nyah! Fanfiction. Resolvi avisar aqui publicamente, pois esse blog foi por algum tempo referência para os que queriam ingressar na Liga, quando nós ainda não tinhamos nosso blog coletivo.
Os motivos são vários, mas basicamente, quando eu ajudei a fundar o grupo, eu nunca tive pretensões de permanecer muito tempo...

Resenha de "Manicômio Celeste para Damas Lunáticas" por Lua Martins

quinta-feira, 1 de agosto de 2013
Como alguns de vocês devem ter visto, no blog da Liga dos Betas do Nyah! rolou a quarta rodada do Clube de Leitura e meu conto "Manicômio Celeste para Damas Lunáticas" foi o contemplado da vez. Recebi um monte de resenhas, e amei todas. Elogios e críticas me apontaram onde devo investir em permanecer enquanto estilo e segmento, e onde devo melhorar ou desistir.

Mas a resenha da minha querida autora (betei uma one-shot dela) Lua Martins ficou de fora da postagem do Clube. Ela me enviou por email, e eu amei a visão dela, as interpretações, e colocações que ninguém fez nas resenhas. Enfim, uma visão única que precisei compartilhar. Afinal, resenhas são para leitores, e não para o autor.

Segue então a resenha da Lua Martins.

Contém SPOILERS.

Livros não mudam nem o mundo, nem as pessoas

quarta-feira, 22 de maio de 2013

"A leitura muda as pessoas"

Essa e outras frases como "livros mudam o mundo" são espalhadas afim de incentivar a "bibliocultura".

Permitam-me discordar. A leitura não muda ninguém, muito menos o mundo.



Calma, explico:

Resenha - and still it sits in front of you

sexta-feira, 17 de maio de 2013


Fic: and still it sits in front of you
Autor: Ironborn 
Classificação: +18
Gêneros: Amizade, Romance, Yaoi
Estilo: One-shot


Minha Resenha: Quadros de Gelo e Fogo

Resenha de Amor ao Primeiro Toque

terça-feira, 7 de maio de 2013

Texto original: Amor ao Primeiro Toque
Autor: Kevin
Classificação: Livre
Gêneros: Comédia, Romance
Estilo: One-shot
Status: Completa

Minha Resenha: Amor, só que não

Uma montanha russa de emoções e sentimentos, causando vertigem ao leitor.

Os personagens de "Amor ao Primeiro Toque" passeiam por extremos, desde a indiferença, o desprezo, passando pela antipatia, medo, piedade... até ao

Resenha de Tons de Carmim

domingo, 5 de maio de 2013
Texto original: Tons de Carmin
Autora: Aphrodite Laclair

Classificação: +18 (nem é tudo isso, mas o nyah me força a colocar +18 quando contém ~~temas pesados~~)
Gêneros: Angst, Darkfic, Drama, Shoujo-ai, Yuri
Avisos: Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Mutilação
Estilo: One-Shot
Status: Completa, baby. Parte 1/1 postada.


Minha Resenha: Sutileza Agridoce
(recomendável ler o texto original primeiro)

Sutileza.

Uma dor que não machuca. Uma melancolia que não entristece. Um vermelho que ao mesmo tempo é amor e inferno. Um branco que ao mesmo tempo é pureza e morte. O contraste é equilibrado de forma que o leitor sobe ao paraíso e desce ao inferno, e o que sente é constante. É agridoce. Você tem dedos de artesã, sua mão me conduziu e nem percebi.

Sua sutileza é tamanha que

Brasão da Liga

sábado, 30 de março de 2013



Tormento do Extase e da Palavra

sábado, 23 de março de 2013

É inútil procurarmos desvendar as origens e a natureza dEla. Ao invés do sucesso, nos perderíamos na espiral eterna onde habita.

Não há um escritor, trovador ou poeta que não A conheça, mesmo sem o saber. É normal e aceitável que não o saibam. Apenas contemplam o abismo de Seus olhos, que devoram a realidade. Se Shakespeare A compreendesse, A teria subjugado por uma fração de eternidade.

Escravos do desejo de possuí-La e aprisioná-La, se arrastaram na vã tentativa de alcançar Sua forma sedutora. Porém, mesmo sem ver, sentir, tocar ou mesmo perceber, acabamos por usá-La, devorá-la em noites e noites sem fim com vergonhoso despudor.

E a cada amanhecer Ela nos cospe com o desprezo que Lhe é devido. O gozo da criação se torna o amargo desespero de Sua rejeição e ausência. A queremos de volta. E Ela nos atende, apenas para arrancar novamente o vigor. Noite após noite.

Dessa forma, se fez cada vez mais real no imaginário tragado ao material.

Ela é o lampejo que nos trai a lucidez.

A epifania que nos ensoberbece.

É o sonho que traz inspiração e, tão rapidamente quanto veio, se esvai de nossas garras, presas ao lápis trêmulo e flácido.

É a totalidade que insistimos em fragmentar em mil pedaços além da nossa compreensão. Frustrados, só nos resta remodelá-los, baseados em um reflexo embaçado de uma poça d'água agitada. Damos nomes, pois não nos conformamos com a existência do inominável, e A adaptamos à vil experiência humana. Tornamos tais percepções dEla, antes sublimes, em meros fragmentos da nossa própria experiência.

Vive de nossa inimaginação, multiplica quatro raízes em terrenos inférteis do mundo de Platão e faz crescer ali um matagal de criações. Apenas para arrancá-lo com crueldade brutal, levando com as raízes pedaços de nossa mente parasita.

Seus pequenos olhos faiscantes de mil cores observaram geração após geração, zombando de nossas palavras orgulhosas. Palavras incapazes de capturar qualquer traço de Sua essência que as permeia, as molda, as beija com lascívia, e as abandona, tornando-as mera forma desprovida de seu real conteúdo. Toda palavra é, assim, um casulo abandonado, exibindo a todo olho a forma que antes ali habitara, e que já não é.

Quando lhe vier, não deve ser refletido, não se deve perscrutar; a única coisa a ser feita é se render, permitir ser invadido, e consumi-la com o ardor de uma primeira noite. Tentar captura-la é como agarrar a um vento zombeteiro que espalhará sua mente como folhas no outono.

E ao vê-La com outro, não alimente o ciúme na alma. Pois assim é Ela. Trocará suas palavras pelas de um qualquer. Não há palavra semelhante, e Ela saboreará o gosto, o cheiro e a textura de cada uma.

Infeliz sou eu. Eu sei. Eu vi! Infeliz sou eu!